“Sapato, palhaço, vermelho, nariz, alegria no circo, estardalhaço. Gargalhada,
platéia, picadeiro, pipoca e arquibancada. E Calder e móbiles, equilíbrio,
leveza, Léger. E pernas e patas e rabos e patos e mato. Papagaio, aranha,
medusa e guarda-chuva. Bicicletas e pedaladas, mão e guidão. Olhos amarelos,
molas e argolas. Cabeça sem boca, quadrado o buraco, formato esquisito, redondo
o pneu. Onde cabe você e eu? E balança pra lá e balança pra cá, azul está o
céu. Seu pé, sua mão, juntos, rodamos, parece um carrossel. Espiral, melância,
as vezes uma folha, as vezes uma gota. E chuva e nuvem e roda e roda e roda e lá,
em cima da roda. Subo no sapato e, pela escadinha, entro de gaiato. E agacha
daqui, agacha dali, um buraco. Cabeça pra cima, gangorra de corpos, equilíbrio,
o que é isso? Em cima, chão, em cima, chão. Sobe, desce, sobre este. Empurra,
solta. Parece uma casinha, mas tem língua, saída pela contramão. Vamos ali no
no dinossauro, ou pássaro, ele tem patas, garras. É um pato, um papagaio?
Patogaio. Sobe, pendura, a vista de cima é mais bonita, que rabo grandão, ele
se enrola como o de um cão. A aranha, na teia, somos suas presas, atenção.
Subi, agora sou mais alto que você. Sentei na boca dela. Cadela. Seus olhos são bolas, de gude,
basquete. Pula! A grama do chão é macia. Vou pedalar com minha mão! Segura o
guidão, pés para cima. Pés pra frente, pra trás, frente, trás. Vou depois de
você. Gira, gira, gira, de olhos fechados, faz força, faz força! Correndo, vai,
mais forte! Eu vou, eu vou, eu vou.................... Agora eu voei.”
...............................................................................................................................................
...............................................................................................................................................
Estes desenhos e maquetes foram parte de uma pesquisa baseada na obra da arquiteta e artista plástica Elvira de Almeida. A artista criava suas esculturas em parques e praças da cidade de São Paulo e eram as crianças que intervinham nelas, brincando. Como parte dessa pesquisa, acabei criando as minhas esculturas-brinquedo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário