sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Grão de areia


E como faz com a Saudade?
Guarda num pote,
vai comendo até o final sem deixar a metade?


Mas dói de jeito por dentro
que cai raio e troveja até fazer barulho.
E daí, chove.
E chove.
e chove, chove (com goteira que pinga pelo olho da gente).


Mas, vai Tempo,
não me venha com milongas
porque longa é a distância de quem você me afastou.
Acaba logo com isso,
vira logo essa ampulheta.
Me dá tempo pra virar seu amigo.


E quero que grão por grão caia e, você,
gire só em torno do meu próprio umbigo


Assim a saudade passaria mais rápido
e eu arrumaria logo um teletransporte.
Assim como uma cabine, um túnel,
ou mesmo este pequeno pote.

E dentro dele eu entraria
e comeria a saudade
tim-tim por tim-tim,
até saciar minha vontade
de sentir quem eu quero perto,
pra bem perto de mim


Mas, leve-me daqui: leste, oeste, sul, norte.
Sei lá, tempo,
Faz com que eu suma?
Você também me quer amiga da Morte?




3 comentários:

  1. Lindo!!!!! Es una chica muy lista! Muy bien!

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  2. Puxa, Laura, que poema mais fofo e mais gracioso. Tu tem talento e estilo, minina! Vai na fé q é nóis!

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  3. ah, infinito 'fofo' seu poema. tão leve, despretensioso. adorei a idéia de comer a saudade, tão visceral, rs
    parabéns,
    pelo blog, pela arte e tudo o mais,

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