Deu Zebra !

       
 Preferia viver feito borboleta do que ter a vida guardada numa gaveta.

Não se preocupe não, depois que o café acaba seu cheiro fica pela xícara, dizia sua mãe. E, lhe diziam também que, como todo o mundo, teria os sete pés abaixo da terra um dia (o que ele nunca ouvia).

O mundo, para ele, podia acabar assim: verde, verdinho. Logo em seguida, regava seu jardim de trevos, procurando as danadas quatro folhas entre tantos tatus-bolinhas.

Mas, O MUNDO É DOIDO MEU FILHO! Gritava isto e, automaticamente abria os braços em direção ao céu. Pensou em se jogar da torre mais alta umas sete vezes, mas os pés nunca alcançaram o ato. Em vez disso, saiu correndo pela rua gritando SEJA FELIZ!.

Um fusca azul passou, deu zebra. E se foi como um fósforo queimado.

"Se tudo não está bem, é porque ainda não chegou o final", minha mãe sempre me disse.