domingo, 8 de maio de 2016

Olhar Marginal I e II

Olhar Marginal nasceu através de uma parceria entre mim e Ubirathan do Brasil, poeta de grandes poesias e pequenos haicais. Uma vez, em 2012, Bira, que também gosta deste caminho da poesia marginal (aquela poesia que é de certa forma irônica, sem pudor, carregada de humor na sua forma de manifestação que alia tanto arte quanto literatura) escreveu um livro que se chama Haicai na Marginal Arthur Nonato. O poeta conta que durante um período de sua vida, passava sempre com sua motoca por uma avenida marginal da cidade - esta tal Marginal Arthur Nonato - a qual se tornou íntima entre o poeta, seu cotidiano e seus versos por passar diariamente por lá. Desde então, por um convite de Bira e sua camaradagem, ilustrei alguns de seus haicais deste livro; o livro ainda não foi reeditado com as ilustrações que fiz, mas ponho fé que um dia será. 
Foi daí que tive a grande ideia, enquanto este livro ainda não existia com meus traços "invisíveiscoloridos" em desenhos, ele poderia existir nas próprias avenidas marginais da cidade, pelos muros. Então escrevi Olhar Marginal, projeto contemplado por um edital cultural da cidade - o Prêmio Nelson Seixas de Fomento à Cultura/ Lei Cultura Para Todos, desta Rio Pretinha, cidade de São José do Rio Preto, SP.



Estes murais que aqui coloco são os dois primeiros (de oito murais em pintura) feitos em muros consentidos pelos seus donos em duas marginais da cidade - marginal Arthur Nonato e marginal Governador Adhemar Pereira de Barros. Já que dizem que uma criança pode ter seu primeiro contato com uma obra de arte através de uma ilustração num livro, o que se pretende através do "Olhar Marginal" é que através dos murais ilustrativos, as pessoas também se sintam atraídas pela poesia. 
A criança quando vê uma imagem legal, como um gibi, por exemplo, ela quer ler o que tá escrito. As pessoas também. Se vêem uma imagem que lhes agrada, também querem ver o que está escrito. Essa é a intenção do projeto, chamar a atenção das pessoas que passam pelas ruas com a pintura, a poesia, fazendo com que sutilmente, a rotina dessa pessoas seja interferida, já que a passagem pelas marginais é sempre com pressa, grande fluxo de pessoas. 
Este ainda é o começo do projeto, riopretenses, fiquem atentos que por aí vem mais murais!

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