segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pela fechadura de alguém


Eles se escondem por todo o lado
(aliás, dizem por aí que moram logo ao lado de um lado do corpo)
Wilsom, Antonieta, Alfredo,
Calder, Yeye, Tuga,
Pangaré.

Eu, você.

Entre e fique à vontade, a licença as vezes não pede passagem. Me disseram assim, e assim entrei pela porta e fui ficando.

Não é preciso ter o melhor umbigo pra se ter amigo. É preciso ter olhar de fechadura e ver que, dentro de possível casca dura, há sempre algum umbigo com cordão maior que o seu pra te enlaçar. Daí, trocam-se as chaves. Abrem-se as portas.

E mesmo que, não tão semelhante, irão de ter instantes e instantes em que, há, deixa pra lá.
Isso é coisa de se recordar daqui 50, 60 anos pra mais. E eu, você e Pangaré, Antonieta, Calder, Alfredo, Tuga e Yeye teremos todos dores nas costas (e lembraremos das pedaladas, subidas e descidas de bicicleta - e de como as ladeiras nos faziam rir e, com demora vagarosa, ir).

"Este seu sapato colorido combina sim com seu umbigo."

Foi a primeira frase que esse alguém me disse e, desde então, me enrolou com seu umbilical. Nossos sapatos não eram parecidos, mas não nos largamos mais. Dizem que amigo é família que a gente mesmo escolhe.


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