quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Gracinha é a vovozinha.
Daqueles que ainda busca paralelepípedos para caminhar.
Um senhorzinho de banco de praça!
Boina, sapato engraxado e dois fundos de garrafa com formatos de tartarugas fundidos ao nariz. Na testa muitas e muitas rugas.
Os pombos, atentos por migalhas.
Amigo mesmo, aquele vira-lata-fedido-encardido.
A criatura canina não lhe exigia nada.
Companhia assim, solidão não perfurava.
Gracinha de Velhinho !
Cri-cri... suspirou lá de dentro. Depois bengalou e banguelou pra mim:
"Gracinha, é a vovozinha ! "
Só ri. Além da boca, seus dedos calejados também abobrinharam-me.
Ponto.
Obs: O velhinho aí do desenho não é meu avô, Norinho. Não faz seu tipo a boina, nem a bengala e, muito menos, o canino. Os dois senhores elegantes caminhando também não. Eu estava num ônibus em Curitiba olhando uma das muitas praças bonitas que existem por lá, mirei estes dois por trás da telinha da câmera digital e me identifiquei com a lenta caminhada deles. Acho que quando eu for assim desta densa idade e tiver esta visão vívida (e vivida) do mundo também vou gostar de cortar caminho pelas praças. Aliás, disso eu já gosto.
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