terça-feira, 1 de junho de 2010
Depois de marimbondos, cavalos.
O negócio é o seguinte, o preço da égua é cento e vinte ! Mulanbenta é centoitenta. Certo dia, estava eu em meu quartinho, sossegada, numa boa, vivendo apenas. Logo, porém, todavia e, no entanto, entra um marimbondo-cavalo para perturbar a minha santa calma do dia. Já notaram o tamanho da espada desse bicho?Maior que palito!O danado entrou, me mirou bem, abanou suas asinhas e saiu xeretando meu espaço (ou o espaço dele?Ele mora no andar de cima da minha janela, no telhado). Fiquei tensa. Dia desses, quando criança, um deles judiou de mim, entrou doído na minha perna que só deu tempo de espernear e ver se alguém me socorria. Ai, ai, buá, buá. Traumatizei. Quando vi o bichinho aqui no meu quarto, esperneei de novo só de pensar nele me exibindo sua espada. Vixe. Corri, peguei um daqueles mata bicho, mata barata, mata pernilongo, mata dengue, mata tudo (e só não te mata se não quiser) e espirrei no coitado. Caiu duro no meu chão. Fiquei com remorso, me senti malvada, olhando o bichinho com aquele tamanho de espada. E, eu, daquele tamanho, que falta de sensibilidade a minha! Mas, sorri, achei-o bonito. Daquele tamanhico e, todo detalhado. Parecia entalhado. Fiquei com vontade de entrar na sua alma de cadáver. Desenhei-o uma, duas, três, quatro vezes. Acho que ele gostou de se multiplicar, quis fazer festa na folha de papel. Deixei. Depois de marimbondos, apareceram até cavalos. Ah, marimbondos-cavalos !
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